O ano de 2023 já começou e com ele vieram as novas oportunidades de negócios, novos desafios e muitas tendências para o mercado imobiliário. Por isso preparamos para vocês um compilado com os principais pontos que estarão em alta neste ano. Sabemos que o setor imobiliário é bastante concorrido, então se você quer estar na frente e se destacar dos concorrentes, continue lendo esse artigo e fique a par de tudo que o setor está preparando para este novo ano.
1. Perspectivas para a Taxa Selic:
Dentro do setor da construção civil, a política habitacional e as taxas de juros são fatores que influenciam diretamente as projeções do mercado. A política habitacional define as políticas públicas que incentivam a construção de moradias populares, impactando diretamente a demanda por novos empreendimentos imobiliários. Já a taxa de juros afeta a oferta de crédito e, consequentemente, a capacidade dos consumidores de financiar a compra de imóveis.
Durante a pandemia em 2020, a Selic - taxa básica de juros da economia - chegou ao seu menor patamar histórico, com apenas 2% ao ano. Isso estimulou a demanda por crédito imobiliário e impulsionou o setor da construção civil. No entanto, a partir de março de 2021, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central passou a elevar gradualmente a taxa de juros, em um movimento de contenção da inflação.
Em dezembro de 2022, a Selic atingiu 13,75% ao ano e permaneceu nesse patamar em janeiro de 2023. Segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central, a previsão é que a Selic comece a cair em 2023, com expectativa de alcançar 12,25% no final deste ano. Para 2024, a perspectiva é chegar a 9% ao ano, e em 2025, a 8%.
Essas mudanças na taxa de juros afetam diretamente o setor da construção civil. Quando a Selic está baixa, os juros cobrados pelos bancos nos financiamentos imobiliários tendem a ser mais baixos, o que estimula a compra de imóveis e, consequentemente, a construção de novos empreendimentos. Por outro lado, quando a Selic está alta, os juros dos financiamentos também sobem, o que pode desestimular a compra de imóveis e reduzir a demanda por novos empreendimentos.
2. Crescimento do mercado imobiliário pós-pandemia:
Desde o início da pandemia, uma das grandes questões que se colocou para o mercado imobiliário foi sobre como seria o seu comportamento após esse acontecimento. Em 2022, essa pergunta permaneceu presente e foi objeto de muita discussão entre os especialistas do setor.
De um lado, havia o otimismo baseado nos resultados obtidos em 2021. Segundo o estudo Indicadores Imobiliários Nacionais do 4º trimestre de 2021, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o mercado imobiliário registrou o maior crescimento dos últimos dez anos. Esse desempenho positivo se deveu, em grande parte, ao fato de que a pandemia impulsionou a demanda por imóveis mais amplos, confortáveis e seguros, além da queda das taxas de juros, que tornou mais acessível o crédito imobiliário.
No entanto, havia também incertezas causadas pela alta da inflação e dos juros. A inflação, que em 2021 atingiu o maior patamar desde 2016, elevou os preços de diversos produtos e serviços, o que pode ter impacto negativo na capacidade de compra dos consumidores. Além disso, o Banco Central aumentou gradualmente a taxa básica de juros ao longo de 2021, chegando a 13,75% ao ano em dezembro, o que pode desestimular a demanda por imóveis e reduzir a capacidade de pagamento dos consumidores.
Apesar dessas incertezas, o mercado imobiliário brasileiro conseguiu manter um comportamento positivo em 2022, mantendo-se aquecido em relação aos anos anteriores. O setor da construção civil continuou a investir na oferta de novos empreendimentos e as vendas de imóveis se mantiveram em patamares elevados, sinalizando uma demanda sólida. No entanto, as perspectivas para o futuro ainda dependem de diversos fatores, como o controle da inflação e dos juros, e a política habitacional do governo.
3. Aumento na procura por salas comerciais:
Durante o período de isolamento social, o home office se tornou uma das principais alternativas para que empresas pudessem continuar operando sem colocar em risco a saúde de seus funcionários. Essa modalidade de trabalho possibilitou a realização de atividades a distância e trouxe muitas vantagens para as empresas, como a redução de custos com aluguel de pontos comerciais e a maior flexibilidade na gestão da equipe.
No entanto, com a retomada das atividades presenciais em algumas regiões, muitas empresas têm voltado a utilizar escritórios físicos. Esse fenômeno pode ser explicado por diversos motivos. Em primeiro lugar, há uma relação entre produtividade e trabalho presencial: para algumas atividades, a presença física é fundamental para o bom desempenho da equipe e para a realização de tarefas que requerem interação e colaboração entre os membros.
Além disso, as empresas, especialmente as de grande porte, precisam estar em evidência no mercado e isso envolve ter uma sede física bem localizada e que transmita uma imagem de credibilidade e profissionalismo. Ter um endereço comercial em uma área nobre da cidade ou em um prédio de prestígio pode ser um diferencial na hora de conquistar clientes e parceiros de negócios.
Por fim, mesmo com todas as facilidades proporcionadas pelo trabalho remoto, estar bem localizada ainda conta muitos pontos na hora de fechar negócios. Ter um espaço físico para receber clientes e parceiros é importante para demonstrar a seriedade e o comprometimento da empresa com seus clientes e com a qualidade de seus serviços.
Assim, embora o home office tenha trazido muitas vantagens para as empresas durante a pandemia, a volta aos escritórios físicos se faz necessária para algumas atividades e para manter a visibilidade e a credibilidade no mercado. A modalidade de trabalho remoto ainda deve continuar sendo utilizada, mas deve ser adaptada às necessidades específicas de cada empresa e atividade
4. Novos lançamentos devem aquecer as vendas:
De acordo com dados da CBIC, o mercado imobiliário brasileiro apresentou um crescimento superior a 46% na venda de imóveis na transição de 2021 para 2022. Essa tendência de crescimento deve se manter estável no próximo ano. O mercado apresenta uma demanda estagnada, com as vendas de imóveis superando o número de lançamentos durante o primeiro semestre de 2022, conforme relatório da ABRAINC.
Apesar do cenário de alta consecutiva da taxa Selic, o mercado imobiliário se mantém otimista, impulsionado pela queda do desemprego e maior estabilidade no custo dos insumos da construção civil. Essa perspectiva favorável deve impulsionar tanto os lançamentos quanto as vendas e, assim, aquecer ainda mais o mercado imobiliário brasileiro.
5. Casa Verde Amarela/Minha Casa Minha Vida:
Com a recente mudança de governo, o programa habitacional destinado a moradias mais populares, o "Casa Verde e Amarela", deverá voltar a ser chamado de "Minha Casa Minha Vida". Do ponto de vista mercadológico, espera-se que o programa volte a atender famílias com renda mais baixa do que os critérios atuais.
De acordo com especialistas, espera-se que o governo reinsira a chamada "faixa 1" no programa, o que significa atender o público com menor poder aquisitivo, abaixo dos R$ 2 mil. Essa ação é esperada como uma forma de impulsionar significativamente o segmento de habitações populares.
No entanto, ainda existem problemas orçamentários e dúvidas sobre como o governo subsidiará esses financiamentos. Isso cria incertezas sobre a implementação efetiva do programa, apesar da intenção declarada de atender os grupos mais vulneráveis.
Com isso, os especialistas do setor estão de olho nas possíveis movimentações do governo para atender essas demandas, o que pode ter um impacto significativo no mercado de habitação popular.
6. Tokenização imobiliária:
Os tokens são ativos digitais que representam um ativo físico ou financeiro e que são criados e gerenciados por meio da tecnologia blockchain. No mercado imobiliário, a tokenização tem sido uma alternativa inteligente e atrativa que tem estimulado o aquecimento do setor. Através da tokenização, é possível dar novas possibilidades a imóveis que não estão à venda, permitindo que eles sejam divididos em frações menores e comercializados como ativos digitais.
Embora muitos pensem que os tokens servem apenas para compra e venda de imóveis na planta, a tokenização pode ser aplicada a diversos tipos de imóveis, incluindo residenciais, comerciais e industriais. Com a tokenização, imóveis parados podem ganhar novas utilidades e gerar receita para seus proprietários, o que pode movimentar e aquecer o setor imobiliário.
Além disso, a utilização de tokens no mercado imobiliário pode criar uma cultura de inovação de negócios, pois permite que os compradores usem os imóveis por uma pequena parcela de tempo e ainda assim obtenham benefícios financeiros. Com isso, o valor dos tokens pode se tornar mais valorizado, o que pode trazer vantagens tanto para os compradores quanto para os proprietários de imóveis.
A tokenização também pode desburocratizar o setor imobiliário, já que a tecnologia blockchain elimina a necessidade de intermediários e possibilita que as transações sejam realizadas com mais agilidade e segurança. Dessa forma, a tokenização pode ser uma alternativa para tornar o mercado imobiliário mais eficiente e acessível, trazendo benefícios tanto para os compradores quanto para os vendedores.
O mercado imobiliário tem se mostrado bastante aquecido nos últimos tempos, mesmo em meio à pandemia. O setor tem registrado um crescimento expressivo nas vendas de imóveis, impulsionado tanto pela busca de novas moradias como pela busca por investimentos em propriedades. Além disso, vemos a tendência de empresas retornando aos escritórios físicos, indicando uma maior estabilidade e confiança no mercado de trabalho.
Outra tendência que tem se destacado é a utilização da tecnologia blockchain e a tokenização no mercado imobiliário, proporcionando novas possibilidades de negócios e facilitando processos com segurança e agilidade.
Por fim, é importante destacar que o mercado imobiliário ainda enfrenta desafios, como a alta da inflação e dos juros, além de problemas orçamentários que afetam programas habitacionais voltados para a população de baixa renda. No entanto, as perspectivas são positivas, com a expectativa de que o setor continue se desenvolvendo e se adaptando às demandas do mercado e às novas tecnologias disponíveis.
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